quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ao poeta artísta


Poeta, artista, sonoriza o verso.
E lhe põe música, beleza e arte.
Capricha por favor, cuida em ser terno,
ser simples e conciso na palavra.

Pode ter rima o verso ou não. Não pode
ser frouxo, duro, débil, sem sabor.
Se queres rima... A rima é a rosa! Acode
em pôr no teu postal o sonho, o amor!

Terás o brilho do poema terso,
acordarás no escrito o universo,
a alvorada e se queres, céu e inferno!

Sente–te leve agora. Então, reparte
um pedaço de ti e cuida, e lavra,

que o leitor viva e curta a tua arte!

Salvador, 30.5.05

A vida do poeta


A vida do poeta é uma flor entreaberta,
Uma esperança, um canto, a ilusão pressentida,
O gosto do trabalho e da vitória certa,
E, com certeza a dor, que robustece a vida.

De passagem o tempo, a que ele chama lida,
Que constrói e destrói, que comanda e conserta.
E a alma, acima do tempo, eterna, não vencida,
Posposta às gerações a que anima e desperta.

É feliz porque entende essa expressão de nada
E tudo que resume e confunde a existência
Ora tranquila e mansa, ora desesperada.

Pode viver em paz um centenário inteiro,
Cantando o amor, cultuando a fé e a inteligência,

E o século transpor, janeiro após janeiro.

Salvador -    25-08-75.



Mudar se preciso


Mudar será preciso ou não? Mudar por que,
se tudo lhe anda bem e sente-se feliz?
Se ocorre o erro, aí então, mude você,
dê novo rumo à vida, ao mal corte a raiz.

A vida sempre tem altos e baixos, diz...
Diz a ciência humana - o sim e o não, por que...
Porque a fortuna é avara às vezes, vis-à-vis,
a desgraça polui ao outro, a mim, nem vê!

Não faça, por um til, a vida mais confusa,
e a solução de um erro em queda do coreto,
que venha a destruir Deus e Cupido e Musa...

Quando mudar, cuidado, o pulo há de ser reto.
Não se curve o caminho ou o passo se reduza.
Que seja firme o andar. E rápido; direto.

Salvador - 26-06-2005


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lei do Sigilo Bancário


A LEI DO SIGILO BANCÁRIO E A ESTUPIDEZ LEGAL.

João Justiniano da Fonseca.

Vamos começar por esta correspondência. Não! Primeiro a notícia. Liga-me um funcionário da agência bancária informando que entram dois cheques no valor total de 45 mil cruzeiros e consulta sobre o pagamento.

- Recusa. É furto, respondo. Mas que pessoa gancioa! E corajosa!

A seguir passo um e-mail ao gerente nestes termos:

 “Meu caro gerente
Cheque de 45 mil reais! Impressiona a facilidade com a qual os bandidos tentam assaltar a conta dos clientes de bancos. Porém, mais que isso impressiona a impunidade. A agência bancária aonde o ladrão tenta o assalto não tem como contatar a agência de onde vem o saque para ver a conta e o nome de quem tenta o furto? A lei ou os bancos por si mesmos poderiam cuidar em uma forma para ter essa segurança? Fora disto ficamos muito expostos. E os bancos também! Um descuido qualquer e o larapio pega o dinheiro da pessoa”.

 “Por favor:
1 - quero que fique anotado em meu prontuário que não se pagará qualquer saque eletrônico. Nem sei manejar isso.
2 - que se anote igualmente no prontuário que o banco não pague qualquer saque, de qualquer valor em caixa ou em compensação sem ouvir-me. Minha assinatura falha muito. Já fechei os 94 anos. Em princípio eu costumo avisar da emissão de cheques. Mas a gente pode esquecer alguma vez. Sobretudo quando se está na minha faixa de idade. Seguro é que o banco não pague sem ouvir-me”.
 “3 - Confio em que assim se faça”.
 “Cordiais saudares de
João Justiniano da Fonseca”.

Vem o retorno do gerente logo a seguir:
 “Meu Grande Amigo.
Fique tranquilo quanto a isso, sua conta está sendo monitoradas 24 horas.
Sempre que houver algo ligamos para você na mesma hora.
“ Infelizmente por haver uma lei contra o sigilo bancário ficamos a mercê desses terroristas, mas vale à pena ressaltar que CUIDAMOS de nossos clientes principalmente aqueles a quem temos maior afinidade e preocupação que no caso é o Senhor”. “Por isso pode ficar tranqüilo”!
Grande Abraço.

Aparentemente tudo bem. Minha conta está monitorara 24 horas. Que assim seja com os de todos os clientes. A mim parece que não deixa de haver um risco. Um descuido eventual do funcionário responsável pela monetarização
pode entornar. E gora? Quem apanha, o cliente ou o banco?

 Desculpe o Poder Executivo. Desculpe o Legislativo. Se assim é a lei sem uma ressalva de garantia aos clientes de banco, entendo que estamos diante de uma lei de protecionismo e facilitação à bandidagem e exposição do patrimônio do homem de bem que obrigatoriamente guarda seu dinheiro e mesmo o pequeno salário no banco.
Se não, onde o guardaria? Os próprios bancos estão expostos. Deve haver algum engano na interpretação. Salvo isso a lei deverá passar por uma alteração que antes de proteger a bandidagem protejo do assalto os homens de bem. Mais que isso – abra um espaço à busca dos bandidos que se utilizam desse forro legal para se apropriarem dos bens do cidadão brasileiro.
Sou leigo em direito. Nunca fui burro no correr dos meus noventa e quatro anos.
É a terceira vez em três meses que alguém tenta sacar em minha conta com um cheque clonado. Ao menos neste caso, quando o cliente à vista da consulta do banco diz "não pague, trata-se de tentativa de furto por via de cheque clonado, a agência sacada deveria ser autorizada por lei a consultar a agência de procedência do saque sobre a identidade do emitente do papel falso. Fora disso é a autorização legal para o furto. Peço mais uma vez desculpas ao Executivo e ao Legislativo para a advertência. Ou a má interpretação da lei de parte dos bancos?

Resultado:
Quando fui investigar descobrimos que os bandidos haviam raspado a minha conta. E o chefe da quadrinha era esse gerente.  O banco ressarciu todo o valor. Não sei se alcançou o gerente e os mais componentes da quadrilha. Assunto seu. Isso mostra que os bancos estão falhando no zelo com seus clientes. Por via das dúvidas mudei de banco. Não será impossível que o outro também possa deixar furtarem-me.    

Salvador, BA. 9 de julho de 2014.

O último parágrafo é de 25-05.2015, após o assunto e migrar para outro banco.

domingo, 24 de maio de 2015

CONSUELO PONDÉ DE SENA


Acadêmica, membro da Academia de Letras da Bahia, Diretora do Arquivo Público do Estado da Bahia (1987), onde a conheci quando pesquisa para o livro RODELAS, CURRALEIROS, ÍNDIOS E MISSIONÁRIO, Presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia empossada em 1996 e reeleita em cinco eleições sucessivas, de onde foi recolhida nestes dias para o repouso da eternidade. Membro da Comissão Estadual das Comemorações dos 150 anos de nascimento de Castro Alves, Membro da Comissão Estadual Comemorativa da Revolução dos Alfaiates, Membro do Conselho Consultivo da Associação Baiana de Imprensa (ABI) e de outras instituições sempre com destaque.
Fiquei triste ao saber já fora do horário que desce para alcançar o velório com as minhas dificuldades e deficiências de quem está fechando os noventa e cinco, do teu falecimento. Mais triste fiquei quando abri a TV no noticiário baiano e no nacional e não vi uma pequena nota. Não teriam sido notificados a tempo ou não deram valor à informação? Tantos, tão bons e valiosos serviços prestados à Bahia. Poderia ser que dessem a notícia no dia seguinte. Já não vi. Alcancei-a no jornal A Tarde, sempre A Tarde do velho guerreio Simões Filho que levou uma vida de luta em defesa do melhor para sua terra e deixou o jornal ainda aí com os mesmos ideais.
Dorme Consuelo, querida amiga, o teu corpo no barro de onde viemos – “ES pó e em pó reverterás”.  Tua alma eterna volta a Deus e com Este estará pelos séculos dos séculos eternamente. Teu trabalho, teu escrito, tua imagem de pureza e amor ficarão na memória do tempo, amém. Enquanto teus familiares e descendentes, teus amigos vivermos velaremos pelo teu nome. Quando todos nós formos ficará a história para eternizá-la.